quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Congresso Marcelista ou Santanista? O que interessa agora é Rangel

O Congresso do PSD deste fim-de-semana no qual participei foi efectivamente uma feira das vaidades dos maiores egos do partido. Por um lado, ainda bem que este pode contar com a presença de antigos líderes do partido que nele participaram de forma inequívoca fazendo ouvir a sua livre opinião dissonante não do líder mas do registo da liderança, por outro lado há que dizer que estes senadores ofuscaram de tal maneira os actuais quadros que deste congresso ninguém se lembrará senão de Filipe Menezes, para os que apreciam, de Santana Lopes, para os eternos saudosistas, e de Marcelo RSousa, para os que o querem ver como candidato independente a Presidente da República. Quanto este último, tenho-me reservado constantemente a falar publicamente e a discutir a sua forma de estar na política por razões que apenas os meus amigos mais próximos compreendem e tem concordado, contudo depois da descida da cátedra ao congresso para se reconciliar de forma indubitável ainda que ironicamente com o congresso não posso nem consigo deixar de comentar. De facto, concordo com ele em que o PSD é um partido livre, que gosta de debate interno, que os seus candidatos sabem fazer política, estão habituados a dar e a levar pancada. Contudo, a forma afectiva como Marcelo RSousa se dirigiu ao partido, com uma postura paternalista moderna, reprovando o estilo do actual líder que considerou de aparentemente arrogante e de longamente irritante pelas constantes más notícias ao País, podem bem ter-lhe custado o apoio de Passos Coelho nas presidenciais que ambiciona. Será que não foi demasiado independente das actuais posturas internas do partido que fundou? Será que não mexeu demasiado com os pilares ideológicos fundadores do partido? Será que não demonstro demasiado que facilmente consegue colocar o eleitorado das bases do partido onde quer para pressionarem o seu líder a opoiá-lo? Penso que sim, mas Marcelo RSousa é isso mesmo, ele próprio sempre ao seu estilo criticando tudo com muita ironia e simpatia em simultâneo. Durão Barroso está afastado das bases do partido, foi completamente esquecido, não foi mencionado uma única vez por ninguém ao longo do mesmo. Ainda assim, há que dizer que Passos Coelho não prestou apoio a ninguém e que pretende ganhar Belém para suportar o Governo.Todavia, apesar de tudo o que se revelou no congresso sobre as eleições presidenciais, o tema central seria e não foi efectivamente as europeias. Paulo Rangel é o cabeça de lista unanimemente aceite para candidato, mas permanece a dúvida se a liderança do partido concorda com a defesa da federalização da união europeia. Penso que essa questão não é unânime e é bem mais actual e necessária de ser tida do que o apoio às presidenciais. Paulo Rangel é o melhor candidato da coligação às europeias, a sua recandidatura é o reconhecimento da excelência do seu trabalho no parlamento europeu e na teimosia em levar a cabo a finalização de uma série de propostas que pretender ver implementas. Resumindo, o congresso ganha sempre com o retorno dos antigos líderes, sejam eles mais emotivos e distanciados da realidade do partido, como Santana Lopes, ou mais racionais e sempre presentes não estando, como Marcelo RSousa, desde que nele participem o que não foi o caso de Marques Mendes apesar da insistência para tal de Fernando Costa. Termino, felicitando Fernando Ruas pela forma absolutamente independente como dirigiu o congresso, não curtando a voz a nenhum participante fosse de que facção fosse, uma demonstração de liderança democrática no melhor registo, um exemplo entre os autarcas e não só...

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